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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Anjo Negro: Anjo da Cor

DELFINO, Eliana Maria e col. Anjo Negro: Anjo da Cor. Estudos de psicanálise. Rio de Janeiro. Setembro. 2006. n.29, p.89–94.

Autores:
Eliana Maria Delfino Psicóloga. Participante do Fórum do Circulo Psicanalítico de Minas Gerais_CPMG.
José Tiago Reis Filho Psicólogo. Psicanalista. Membro do Circulo Psicanalítico de Minas Gerais_CPMG. Doutor em psicologia Clinica PUCSP.
Silvia Regina Gomes Foscarini. Psicóloga. Psicanalista. Membro do Circulo Psicanalítico de Minas Gerais_CPMG.
Wanda Avelino. Psicólogo. Psicanalista. Membro do Circulo Psicanalítico de Minas Gerais_CPMG.

Resumo: A peça Anjo Negro foi escrita por Nelson Rodrigues em 1946 quando sua sensibilidade foi tocada ao perceber o preconceito de que o negro é alvo na sociedade brasileira e a existência de preconceito no negro em relação a outro da mesma cor. O autor ao perceber o preconceito de que o negro é alvo na sociedade brasileira e a existência de preconceito no negro em relação a outro da mesma cor, resolveu escrevê-la. Naquela época, o Brasil encontrava-se em um período de grandes modificações na organização do estado brasileiro, saindo de um período de bastante restrição ideológica e entrando num período onde reinava a esperança em um país desenvolvido e livre. Tem-se uma modificação evidente, um período conturbado na esfera social, modificações na maneira de governar.
A questão racial é tratada de forma radical. Numa sociedade dominada pelo branco, a única estratégia possível de inserção é a adoção da ética branca, dominadora e autoritária. Repudiando sua cor e origem, Ismael desfruta dos privilégios do branco: dinheiro, status, prestígio e uma mulher também branca.
O que faz uma pessoa renegar a própria cor? Freud (1925) pontua a propriedade de certos conteúdos recalcados que só podem ter acesso à consciência sob uma única e importante condição: a de serem negados. No processo de negação – Verneinung –, responder com o não evoca a idéia de rebater ou rejeitar algo.
Para Freud, o trauma apresenta-se como sexual, para Ferenczi (1933), o trauma se constitui como uma nova forma de interpretação, que não só reafirma a presença de excesso de excitação e a sua não-representação psíquica, mas, sobretudo, que se refere à realidade de um abuso, seja ele de ordem sexual ou de ordem interna ou externa. O desmentido faz sua aparição e se desenvolve como uma importante expressão de formação traumática.
Joyce Nepomuceno

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